Já o diz a popular expressão inglesa que não se deve julgar um livro pela capa. É um sentimento simpático e bem-intencionado, à semelhança daquela máxima que todos conhecemos e que se pode parafrasear como o que importa é o interior e não o que se vê por fora. Tanto uma como a outra estão completamente erradas.
Prova disso foi esta Feira do Livro de Lisboa, na qual as Crónicas de Allaryia se apresentaram de cara lavada e onde – além de rever os meus mui prezados «suspeitos do costume» e conhecer outros tantos que se me apresentaram pela primeira vez após acompanharem a saga durante anos – tive o prazer de interagir com toda uma leva de novos leitores, todos eles persuadidos pelas novas capas a lançarem-se à aventura no mundo de Allaryia. Enquanto assinava livros, parecia-me ir ouvindo risadinhas de regozijo da parte das pessoas às quais manifestei uma certa resistência quando primeiro se falou de mudar as capas da série, e que viram naqueles dois dias vindicadas as suas palavras. Algo que me vejo forçado a reconhecer, por muito forte que seja o meu apego sentimental às velhinhas capas do Samuel Santos, cuja arte cunhou a imagem de Allaryia durante mais de uma década e ao qual não queria deixar de agradecer uma vez mais pelo empenho e carinho que sempre teve para com esta série.
Quanto aos leitores de Felizes Viveram Uma Vez, devido a uma série de factores não me foi de facto possível ter um livro novo pronto a apresentar este ano. Falarei mais disso numa futura entrada. Obrigado pelo vosso interesse e pelo que foi manifestado pelos novos leitores que surgiram na Feira.
P.S. Para não me acusarem de ser superficial, evidentemente que, após o exterior ter capturado a atenção, cabe ao interior capturar o coração. E, a avaliar pelos leitores que regressaram na 3ª feira com mais volumes para assinar após a sessão de Sábado, gosto de pensar que pelo menos esta máxima está correcta.