Quarta-feira dia 18 sairá por fim para as bancas o livro que mais me custou e mais tempo me levou, não tanto a escrever, mas a finalizar. A Alvorada dos Deuses passou uma década na forja, metamorfoseando-se de formato em formato, concebida num país, gerada noutro e nascida entre ambos, e foi para mim uma autêntica aventura a todos os níveis. Além disso, o seu próprio enredo quase se reflectiu a nível metaficcional nas partes envolvidas – eu e o artista Manuel Morgado – acerca das quais em breve terei mais notícias. Mas por hoje deixo-vos só com uma capa e uma sinopse, e votos de que o livro seja do vosso agrado.
No inverno de 1477, Berardo de Varatojo, padre franciscano estigmatizado, viaja para a distante Thule (Islândia) em busca de respostas para a sua crise de fé. Contudo, acaba raptado por desconhecidos antes de as conseguir encontrar, e os seus captores afirmam ser deuses, os sete destinados a sobreviver a um Crepúsculo dos Deuses de que nunca ouvira falar. Aqueles que Berardo toma por feiticeiros pagãos confessam-se numa encruzilhada, culpando o Deus cristão pelo seu dilema, e, segundo eles, o franciscano é precisamente a chave para a sua salvação, embora ele não consiga sequer conceber como.
Porém, essa é a menor das preocupações de Berardo, que se vê constantemente atormentado por visões e pesadelos de uma era antiga… E os seus captores não foram os únicos sobreviventes do Crepúsculo dos Deuses. Um mal antigo persegue-os até às entranhas fogosas de Thule, onde deuses e crenças se confrontarão, e onde Berardo terá de pôr cobro a uma disputa imemorial, com o destino da própria Humanidade em jogo.