Há entre os eahan quem defenda que a própria Mãe está irada com Allaryia. Que as intempéries inoportunas que nos assolam a isso se deve, e que por isso a terra treme como um punho crispado com raiva reprimida. Há muito que as nações humanas pouco caso dela faziam, salvo em certas tradições agrícolas que perduram desde tempos remotos, mas, com o silêncio dos deuses, a Mãe voltou a ganhar uma certa predominância em algumas comunidades. Mas ela não responde a preces, se é que as ouve, e muitos dizem que pouco mais há que fazer além de aguentar a tempestade e esperar pela bonança.
Resta apenas saber se a emoção com que nos assola é a de uma mãe-ursa que protege a prole, a de uma andorinha que perdeu o seu par, ou a de uma mulher rejeitada…
– Considerações de Ŕiaris, antigo cónego de Gorfanna de Dois Ramais