Uma vez escrito o livro e enviado o manuscrito para a editora, segue-se a fase de apreciação para apurar se é ou não algo que valha a pena ser publicado. Como e óbvio, publicar livros é uma lotaria, porque nunca se sabe qual poderá vir a ser o próximo grande sucesso, mas a verdade é que a maior parte dos livros acaba por dar prejuízo, por isso há um equilíbrio delicado a gerir, e é sempre bom o autor ansioso e expectante ter isso em conta. Se o livro for aprovado, é então paginado e entregue ao revisor, em documento electrónico ou em provas de papel, consoante as preferências e proclividades tecnológicas da pessoa.
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A primeira é um processo linear e descomplicado. O manuscrito revisto e com as alterações assinaladas é-me enviado por e-mail, eu re-revejo, aceitando ou rejeitando as correcções e sugestões (que vão para lá do âmbito da gramática), e reenvio por e-mail para a editora. A segunda já exige outro tipo de logística, que passa pelo envio por correio do manuscrito, em que as correcções estão assinaladas a lápis ou caneta, e que eu aprovo ou rejeito à mão e depois reenvio por correio. Ou então, como os meus livros tendem a ser calhamaços enormes, que ainda por cima são impressos num só lado para as provas, normalmente dou só um salto à editora, deixam-me numa sala privada com uma água, uma caneta e um telefone (às vezes até um café, que eu sempre recuso mas que a simpática senhora faz questão de continuar a oferecer-me sempre que lá vou), e faço lá esse trabalho. Depois, há uma nova revisão, o processo repete-se, e só então com as provas finais prontas é que o livro é impresso.
É um trabalho um pouco ingrato para o revisor, porque, regra geral, a menos que se trate de um erro clamoroso, a última palavra cabe sempre ao autor. Talvez por isso, por vezes vêm ao de cima sentimentos que tornam o processo um pouco menos profissional e mais pessoal do que seria de esperar, tal como os seguintes reparos passivo-agressivos de uma das revisões do Oblívio, aos quais respondi de forma não menos passivo-agressiva (em itálico):
62 – Entendo e aceito (é esse o meu papel e dever) a constante busca de vocábulos, com especial incidência nos adjectivos, pouco ou nada habituais. Mas uma “rocha dissoluta” parece-me realmente demasiado, por queda no absurdo, senão mesmo no risível, o que certamente não será intenção do autor.
Por absurdo que pareça, «dissoluto» significa também «dissolvido, desfeito».
119 – Não me parece que os pássaros apanhados em armadilha fiquem hirtos. Antes pelo contrário.
Se for numa destas, ficam de certeza:
130, 2 – Não me parece muito provável que se possa dar um golpe mortal a uma baleia com uma faca e na espinha dorsal.
Mas é, visto que há baleias mais pequenas que a azul ou que cachalotes, como o revisor porventura estará a visionar. Trata-se de uma tradição das Ilhas Faroé, inclusive, onde existe uma faca especialmente para o efeito: a grindaknívur.
283 – Como adjectivo, estatuário significa “relativo à arte de fazer estátuas” e não “semelhante a uma estátua”.
Na verdade, como adjectivo, «estatuário» significa também «que é próprio de estátua ou lembra uma estátua». Pelo menos segundo a Academia das Ciências de Lisboa…
285 – Cachaço? Perdoe-se-me a brincadeira, mas será que, ao referir o rosto da princesa, virá alguma vez a chamar-se-lhe trombas? Se ainda fosse Seltor a dizê-lo…
Brincadeira perdoada. Acontece que o cachaço é a «parte posterior do pescoço», ao passo que «nuca», o termo mais próximo, é a «parte superior e posterior do pescoço», e o meu rigor descritivo não me permitiu usá-lo. Além do mais, acho que o termo «cachaço» é injustamente discriminado devido à indústria alimentar [Nota: Em defesa do revisor, hoje provavelmente teria usado «cerviz».]
381, 1 – Mais uma vez, aconselho uma consulta ao dicionário, onde se verifica que muito dificilmente se pode esmagar algo mais duro que, sei lá, uma lesma com um pé calçado de escarpim.
Resta-me aconselhar uma consulta a um livro ou enciclopédia de armas e armaduras medievais, onde verificará que «escarpim» é um termo tão impressionante quanto «babeira», mas que não obstante existe e é correcto.
458 – Como é que se mordem os dentes?
Da mesma maneira que se mata alguém com o olhar, imagino.
Como vêem, pode ser um processo divertido, apesar de moroso, com remoques à mistura e muita consulta batalhadora de dicionários. O maior desafio é mesmo o escritor abstrair-se do seu ego e ter a humildade de aceitar correcções (e, por vezes, melhorias) ao seu livro. Porque é realmente útil ter-se a perspectiva de alguém de “fora”, tendo em conta o quão solitário e egocêntrico pode ser o processo de escrita, razão pela qual muitos autores preferem que alguém seu conhecido leia o manuscrito antes de o enviarem para a editora.
E assim se passa um livro da cabeça para o papel. Espero que tenha sido elucidativo, e peço-vos não hesitem em registar a vossa opinião, porque gostava de saber se teriam interesse em mais entradas deste género. Estou também aberto a sugestões (obrigado a quem as enviou entretanto por e-mail; já me ajudaram a ter uma ideia dos temas a abordar no futuro).
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