2001/2002 foi uma época estranha e emocionante. Estava a estudar Línguas e Literaturas Modernas (Inglês/Alemão) na faculdade, era vencedor do Prémio Branquinho da Fonseca e sabia que o meu livro ia ser publicado. Agora mais do que nunca, a minha cabeça estava dividida entre dois mundos, entre o mundo real dos estudos e o cada vez menos fantasioso de um universo imaginário que estava prestes a partilhar com o público. Começou a ser difícil separar os dois, e, em boa verdade, o primeiro acabou por perder.
Acho que não é difícil perceber porquê. Já estava a escrever afincadamente Os Filhos do Flagelo, entusiasmado com a possibilidade de uma sequela antes sequer de o meu primeiro livro ter sido publicado. Mas sabia que ele ia ser publicado, e que teria direito a cobertura mediática. Face a isso, e com todo o respeito pela prezada professora Palmira, a frequência de Literatura Comparada não tinha como competir por mais atenção da minha parte.
Nem frequências, nem aulas, como podem ver na imagem acima. Os bons velhos blocos de notas Amblock eram pau para toda a obra e cadeira, e não houve um único que não estivesse decorado com devaneios mais ou menos artísticos. Foi, aliás, durante as aulas que concebi os brasões de algumas nações de Allaryia, elaborei o visual de toda uma série de bichezas e descartei inúmeras más ideias. Nem todos os blocos sobreviveram, mas tive a presença de espírito de recortar os desenhos da maior parte deles, e muitos serviram como material para Segredos do Cronoscópio, o livrete da edição de coleccionador do Oblívio. Hoje partilho mais uns quantos convosco.
Alguns reparos:
- Durante muito tempo, sempre que assinava livros, fazia com a minha assinatura o mesmo que fiz com o «Nycataal»: sublinhava e demarcava a linha com um ponto à direita
- Anos depois da sua estreia, a influência de Dragon Ball claramente ainda se fazia sentir na minha geração (e não, não era assim que os shakarex ficavam quando estavam zangados).
- Nishekan é o Aesh’alan Anteriormente Conhecido Por Ther-Ul. Não me perguntem porquê. Mas ainda bem que mudei o nome.
- Nem desenhava mal, eu, pois não? Não sei o que me aconteceu, que perdi completamente o jeito.