Musas

Julgo já ter por várias vezes falado da volubilidade da musa, de como ela só faz o que bem lhe apetece quando bem lhe apetece, e de como – apesar do meu método e da minha disciplina – estou completamente sujeito aos caprichos dela.

Não, não é essa musa. Essa há-de ter um livro com ela.

Tem o seu quê de frustrante, como é óbvio. Quando há um livro para escrever, a última coisa que se quer é a inspiração a puxar-nos para um e outro lado, remexendo antigas ideias, partindo de novas para futuras, e só ocasionalmente permitindo que me concentre na actual. A única vantagem é que veio a calhar em certos momentos, em que o Manuel Morgado desenterrou um e outro projecto mais antigo para polir e limar arestas para futura apresentação. Ao que parece, a inspiração dele também anda pouco focada por estes dias, embora ao menos ele tenha conseguido ser produtivo com o Dragomante e não só.

Enfim, não me vou delongar muito acerca do assunto, não só por ter receio de me estar a repetir, mas também porque a inspiração fragmentada torna difícil até mesmo a escrita de uma ínfima entrada de blogue. Era mesmo só para dar um sinal de vida, e aproveitar para informar que tem sido difícil agendar entrevistas para o Litortura Nacional por uma série de motivos, nenhum dos quais relacionado com inspiração.