Empírea

Com esta, atingi o meu auge no Blender. Não só porque fiquei extremamente satisfeito com o resultado, mas porque o projecto original partiu da imagem de um curso do qual acabei por divergir totalmente:

A imagem do curso original (Crédito: Nikolay Naydenov)

Como podem ver, fiquei-me pelos dedais, os sapatos, os adornos nos joelhos, o corpete, o gorjal e as lâminas das braceiras. De resto, vi-me sem paciência para a retopologia necessária para as restantes peças da armadura, não quis fazer o mesmo tipo de cabelo que já tinha feito noutro projecto, e apeteceu-me criar um contraponto angelical desse mesmo. Bloqueei, deixei a escultura inicial em águas de bacalhau durante um bom tempo e, quando voltei a ela, decidi dar largas à criatividade, aplicar tudo o que tinha aprendido até então e descobrir outras tantas novas coisas.

O meu computador suou. Suou bastante. E chorou um pouco, também. As partículas do cabelo, as partículas das penas, a volumetria do halo da lança, as texturas feitas à mão e a caprichar nos detalhes, tudo isso resultou numa renderização agonizante que me tirou do sentido a ideia de fazer um vídeo mais elaborado do que a clássica mesa giratória.

No fundo, aproveitei apenas um quarto do curso, mas não deixou de ser dinheiro bem investido, por mais que não seja por ter dado um reforço substancial à minha confiança e me ter ajudado a perceber que já era de facto capaz de manusear o programa de forma autónoma para as minhas próprias criações.

E, com esta, terei de fazer um interregno nas Blendagens, porque o meu ritmo de publicações já apanhou o total de criações. Nos últimos meses, tenho-me dedicado mais às minúcias e aos comos e porquês do Blender, para melhor dominar os detalhes, bem como a criar materiais para futuros projectos. As minhas últimas criações não são nada digno de se mostrar, mas publicarei aqui tudo o que o for.