Esta temporada que estou a passar em Mostar tem sido razoavelmente produtiva, com dois capítulos terminados e outro a caminho. Mas mais importante ainda que a produtividade tem sido o ensejo de reler os volumes do Ciclo I, coisa que eu já me tinha convencido de que não iria conseguir fazer, e a oportunidade de finalmente aplicar as correcções de antigas erratas, a mais antiga delas já com quase 15 (!) anos.
Não é vergonha nenhuma, sobretudo sabendo os ciclos de correcções e ajustes que o próprio Tolkien teve após a publicação d’O Senhor dos Anéis, mas por vezes penso como teria sido se A Manopla de Karasthan tivesse sido idealizado desde a concepção como um livro, em vez de uma compilação de aventuras de um adolescente que escrevia apenas para si. A conclusão do costume é a de que o livro provavelmente não teria a energia que ainda hoje tem, mas talvez tivesse poupado os volumes subsequentes a algumas inconsistências, que agora irei listando periodicamente aqui
- Darcsuords: Ainda hoje, custa-me acreditar que a primeira edição d’A Manopla contém esta pérola. As espadas negras dos moorul eram darcsuords. Consegue ser menos subtil ainda que «eahanoir» (que mantive em edições subsequentes apenas porque já estava demasiado habituado, para que conste), mas felizmente acabou purgado.
- Palavrear do Allumno: A Palavra sempre foi a ferramenta para usar Essência, mas, nas primeiras versões, o Allumno enunciava usava claramente mais o Palavrear, enunciando os seus feitiços em pseudo-latim/esperanto. O cegant! para um clarão cegante foi um dos mais descarados candidatos a pior uso da Palavra.
- Veluriano: O Eridiaith é a língua abastardada da Palavra que os sirulianos e os eahlan usam, mas há ainda um resquício de um tal de «Veluriano», que aparece duas vezes no Marés Negras. Não me lembro de o ter criado, nem do porquê de ter sido substituído. É um mistério.