Lagartear Expor-se ao sol, como o lagarto, para aquecer. Esta explica-se por si só, e é o tipo de palavra que todos nós podemos usar no Verão. Pelo menos eu fartei-me de o fazer, sempre que me cortava a uma ida à praia e me chamavam vampiro, morcego, e afins animais noctívagos.
Graveolência Cheiro muito desagradável. Sempre adorei esta palavra, mas mesmo eu, que sou conhecido pela minha propensão para um léxico abstruso, ainda só consegui usá-la uma vez num trabalho de tradução literária (a situação dizia respeito a um cadáver fedorento enterrado, e o termo inglês «grave» pareceu-me o pretexto perfeito). Longe de mim desejar que
Compulsar Examinar, consultar, folhear. Embora não queira necessariamente dizer aquilo que talvez possa dar a entender, sempre gostei desta palavra e, por uns tempos, tive por hábito dizer que preferia que as pessoas “compulsassem” os meus livros em vez de se limitarem a lê-los. Esperemos que seja esse o caso, quando se der o regresso
Obnóxio Vil, vulgar, corriqueiro. Que é prejudicial, nocivo, nefasto. Numa sociedade global cada vez mais anglicizada, e num país em que a juventude (e não só) diz como certas pessoas estranhas são “bué da creepy”, ou como algo de inesperado foi “completamente random”, não me devia incomodar ouvir alguém dizer que este ou aquele gajo
Ratinhar Economizar em tudo e com mesquinhez. Palavras obscuras que evocam imagens são as melhores, porque conseguimos depreender o significado delas, mesmo que não as conheçamos. O próprio som de “ratinhar” faz lembrar um ratito atarefado de bigodes a vibrar enquanto acumula pequenos pedaços de queijo e bolas de cotão no seu ninho.
