Felizes Viveram Uma Vez… Ou, pelo menos, assim quis Borralheiro acreditar após ter lido o Perraultimato, o legado da Mãe Gansa, a última voz da razão num mundo que aparenta ter perdido todo o tino. No entanto, Burra, Vasilisa, Capuchinho e Aprendiz, os quatro indivíduos que se juntaram ao jovem na sua demanda em busca da verdade, afiguram-se-lhe como a prova viva de que as coisas são como são e que o mundo é realmente tão ruim quanto parece ser — que não houve finais felizes e que não há nada a fazer para alterar o cruel destino que todos intervenientes das estórias sofreram.
Rodeado por companheiros que tanto o podem matar como ajudar, mas que representam a única protecção com a qual pode contar num mundo que se revela mais hostil ao virar de cada esquina, Borralheiro atém-se a uma réstia de esperança e faz os possíveis por seguir à risca as instruções enigmáticas que lhe foram deixadas por Mãe Gansa, que o conduzem ao palácio da Rainha da Neve, onde deverão procurar o Andersenal, a segunda peça do enigma do Perraultimato. Infelizmente para Borralheiro, não é ele o único que sente que algo de muito errado se passou: um ser misterioso está a matar as personagens folclóricas uma a uma, também ele decidido a rectificar aquilo que de errado se terá passado, e os próprios eventos parecem conspirar para que Borralheiro e os seus companheiros encontrem um fim prematuro antes que possam sequer começar a descortinar a verdade. A verdade daquilo que aconteceu ao mundo e, talvez mais importante, a verdade sobre si mesmos.